18 de jan. de 2007

A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA?

Há uns tempos, estava eu numa pequena papelaria próxima do meu trabalho pra tirar alguns xerox. Logo na chegada, deparei-me com uma moça morena, de cabelos castanho claros na altura dos ombros, que usava um perfume muito agradável e estava muito bem vestida. Fiquei admirado, confesso.

Enquanto a mocinha operava a máquina de xerox, o que durou uns 5 minutos, involuntariamente comecei a reparar nos detalhes de sua aparência, até então digna de elogios.

Ela usava uma sandália muito bonita, discreta e de extremo bom gosto, de cor bege com alguns poucos detalhes dourados. Reparando na sandália, acabei por me dar conta que o pé da menina era enorme, medindo entre 38 e 40. Não sou nenhum podólatra, mas sempre admirei pés femininos delicados e bem cuidados. Inconformei-me, mas me animei a continuar o exame.

Analisando as pernas, constatei que a moça usava uma calça jeans lavada de cor preta, também de extremo bom gosto e aparentemente cara. Todavia, também constatei que suas pernas não eram lá tão atléticas, fazendo com que as belas calças da moça não vestissem muito bem suas estranhas pernas.

Subindo mais um pouco, examinei a cintura da garota, que fez jus a elogios, pois magra pelo menos ela era. Tinha uma cinturinha fininha, típica de manequins e usava um cinto de lona moderno e sofisticado, na mesma tonalidade que as sandálias. Pronto, uma bela e magra cintura. Mas quando a moça se virou, passei a examinar seus glúteos e tristemente pensei: puta que o pariu, que bunda feia!!! Era de dar dó, pois moça não tinha guarnição alguma. Tentei imaginar nua a ossada que ali estava, mas fiquei enjoado com a idéia.

Continuei subindo e examinei o tronco da guria. A barriga não era assim tão feia, mas também não era assim tão bonita. Percebi que a magreza natural foi a única coisa que proibiu o surgimento de uma pança de cervejeiro ali na região examinada. Uma barriga feia, mas magra, o que, confesso, hoje em dia é raríssimo no mulheril, que só sabe beber cerveja e comer porcarias aos montes - como chocolate, churrasco, bolo, sorvete, coxinha, pastel, etc - culpando sempre a "ansiedade" (ansiedade pra matar a fome, isso sim).

Passando aos seios (peitaria, como dizem alguns por aí), vi que a mocinha não tinha muito volume nem rigidez na região analisada. Em outras palavras, sua peitaria era pequena e semi caída. Observe-se que essa foi a análise mais difícil, porque eu só podia ver as muxibas quando a moça estava de frente pra mim, o que me exigiu apurada técnica visual. Reprovei-a no quesito, mesmo porque se ela tivesse os seios grandes e duros eu não teria vergonha alguma de ficar secando com cara de tarado.

Cheguei finalmente à região mais fácil de ser examinada: a cabeça. Logo de cara já percebi que os cabelos haviam passado pela famosa chapinha. Suspeitei de profissionalismo no tratamento, porque os cabelos da menina eram realmente bem cuidados, mesmo não passando de um pixaim alisado. Aprovei-a nesse item, pelo capricho e dedicação.

A boca era simples e comum, com lábios de tamanho médio. A análise da dentição restou prejudicada, porque a mocinha usava aparelho. Mesmo assim, reprovei-a nesse item, concluindo que a presença do aparelho só poderia ser fruto de uma dentição ruim.

O nariz, para meu espanto, era horrível. Tinha a forma de um tobogã perigoso, com mais de uma saliência. Fiquei espantado não pela feiura do cabide, mas por não ter notado isso antes. Com certeza, se tivesse visto aquilo ali, nem teria começado essa análise.

Os olhos, por sua vez, não comprometeram em nada. Eram castanho escuros e de um bom tamanho. Como todo mundo, prefiro olhos claros, mas não nego elogios a belos olhos escuros. Esses da guria não eram uma coisa que se diga “minha nossa, como são lindos os olhos escuros dessa garota”, mas perto daquele nariz monstruoso até que passaram bem. Além disso, procurei por lentes de contato e não achei, fazendo-me concluir que sua visão era boa. Ponto pra ela, que não vai obrigar nenhum namorado a ver filmes dublados, a não ser que ela seja uma burra/lerda que não consegue acompanhar o tempo das legendas.

Pescoço, ombros, testa, pele e outras regiões foram todas aprovadas, pois não apresentavam qualquer deficiência aparente. Os braços eram bonitos e de espessura perfeita. As mãos eu não pude analisar com critério, porque o que importa são as palmas, onde ficam eventuais calos nojentos. De qualquer jeito, eu não teria a cara de pau de pedir pra mocinha mostrá-las pra mim. As unhas eram pintadas de cor pérola, bem chique e discreto. Procurei jóias e só vi um bonito bracelete dourado, mas nenhum anel nos dedos. Como odeio anéis, mas curto pulseiras e braceletes, aprovei as mãos.

Ao final de todo o procedimento, saí da papelaria qualificando a mocinha como interessante e atraente, mesmo após constatar várias imperfeições e irregularidades físicas. Não que eu goste de mulher feia, mas acontece que a primeira impressão que tive me fez analisar a moça de forma otimista, sempre esperando coisas boas. Por isso, ao analisar cada parte do corpo da moça, eu ia imaginando e tirando conclusões sobre alguns traços da sua personalidade.

Conclui que a moça era educada, pois falava corretamente, com eloqüência e tinha uma voz delicada, bem feminina. Vendo suas roupas e seus cabelos, percebi que a moça era dedicada e atenciosa, pois havia se produzido bem para um nada glamouroso dia de trabalho na máquina de xerox. Além disso, o que também me impressionou foi que a guria falou apenas o necessário, me atendendo muito bem e sem flertar comigo.

Acho que aí está a fórmula para que as mulheres geneticamente desfavorecidas consigam seus respectivos pares. Portanto, a fórmula é simples: educação, dedicação e discrição. A mulher educada sabe o que falar, quando falar e como falar. Ela não fala asneira e não se intromete nos assuntos alheios. A mulher dedicada sabe que homens apreciam uma boa produção, com vestimenta, perfume, maquiagem e cabelos adequados. E, por fim, a mulher discreta sabe se comportar e se protege das críticas. Ela não permite ser tomada por vulgar e tenta sempre passar despercebida, chamando a atenção apenas por suas qualidades, nunca pelos defeitos.

Eu particularmente quero que tudo isso se exploda. Sinto muito, mas não consigo encarar um pé de homem, um nariz de monstro e uma bunda ossuda. Prefiro uma mulher linda, peituda, bunduda, rica e com doutorado em alguma coisa. Mas não abro mão da discrição. É pedir demais? Ok, então dispenso o doutorado. Como diria o mestre Vinícius de Moraes, “que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental”.

4 comentários:

Rodrigo de Araújo Rosa disse...

Tava inspirado hein. Muito bom o texto e ótima análise.

Anônimo disse...

Caro Lestat: Resumo da ópera:
Se a garota não tivesse algum estilo, vc não teria perdido seu tempo em observa-la.
Pq, feia e desengonçada, vá lá, mas mulher relaxada é o fim da picada...

p.s.: Dane-se a Sasquat Focinhuda , meu negocio é avião!!!

Jotazêr disse...

"porque o que importa são as palmas, onde ficam eventuais calos nojentos."

Prefiro escrever aquela merda lá, do que um post extremamente gay como esse.

Análise do lestat para homens:

Bunda - 4
Peitos - 6
Rosto - 5

Dá pra comer? Claro porra! Se você não comer outro vai lá e come mesmo...

Anônimo disse...

caraca, coitada da mulher.
Só vim aqui porque procurei no google: bunda ossuda.
não gosto do seu estilo, nada literário, mas confesso que ri com: "a não ser que ela seja uma burra/lerda que não consegue acompanhar o tempo das legendas."
como você nunca vai saber quem sou, posso te dizer que sou bonita, mas ossuda e quando sento sinto meus ossos encostando na cadeira. se você soubesse como é difícil engordar...
até mais ver. ou menos.