18 de set. de 2009

Mentira Fiel: não houve invasão do Maracanã em 1976

(...) "Naquela época, o Maracanã era de fato o maior estádio do mundo. Naquele mesmo ano, fui a um Fla-Flu com mais de 155 mil pagantes. Cabiam no Maraca 30 mil pessoas em pé nas gerais, 93.500 sentadas nas arquibancadas, 30 mil nas cadeiras de baixo e mais 3.500 nos desconfortáveis camarotes.
Eu estava sentado nas cadeiras debaixo, onde realmente havia muito mais corintianos do que tricolores. Setenta por cento, calculo. Na geral, porém, não havia um só paulista. Nas arquibancadas, divididas ao meio pela Polícia Militar, é que se sentou o xis da questão. A parte corinthiana estava sim tão cheia quanto a tricolor, mas repleta de vascaínos, botafoguenses e rubro-negros. O motivo dessa mobilização dos rivais domésticos contra o Fluminense é simples: éramos bicampeões da cidade. Nosso time, chamado de Máquina, tinha Rivelino, o melhor jogador do mundo na época, Paulo César Caju, Carlos Alberto Torres, Gil, Dirceu, Edinho, Rodrigues Neto, Miguel, Pintinho, todos de Seleção Brasileira, sem falar no argentino Doval. Botafogo, Vasco e Flamengo estavam cansados de perder para o Flu. Apavorados com a possibilidade de serem gozados novamente, foram todos para o Maracanã engordar a torcida corinthiana. Havia até mesmo bandeiras rubro-negras no meio da Fiel.
O público pagante anunciado oficialmente foi de 146.043 pessoas, das quais, no máximo, 40 mil eram corintianos autênticos. O resto era tricolor ou carioca frustrado. Basta lembrar que, no ano anterior, mais de 90 mil tricolores assistiram à semifinal contra o Internacional no mesmo estádio.
" (...)

Acima, um trecho da matéria escrita pelo jornalista Marcelo Migliaccio e publicada pelo Jornal do Brasil em 13/09/2009.
Mesmo não tendo o Corinthians vencido porcaria nenhuma em 76, ano em que completou 22 anos sem títulos, a gambazada insiste em contar vantagem dessa suposta invasão ao maracanã, como se isso valesse alguma coisa.
Pra mim, tanto faz se houve ou não essa tal invasão. Qualquer jumento entende que o único critério para saber se um time é melhor que os outros é o futebol apresentado em campo e a conquista do torneio em disputa, não a quantidade de bandidos que ele consegue aglomerar nas arquibancadas. Mas, graças à reportagem em comento, hoje sabemos que a tal invasão não passa de mais uma mentira criada para alegrar a massa Corinthiana, sempre fiel e manipulável.
O ano era 1976 e, reforçada pelo tricampeonato mundial conquistado no México em 1970, panis et circenses era a política favorita da decadente ditadura militar.